terça-feira, 6 de abril de 2010

O BOLO DE CHOCOLATE

Você sabe aquelas pessoas que estão sempre te criticando por qualquer coisa que faças? Pois eu vivo rodeado delas. Até sinto pena do Presidente Lula, atualmente transformado no grande Judas brasileiro, malhado de todos os lados pelos meios de comunicação subservientes aos interesses escusos das minorias. Veja-se que ele é considerado culpado de todas as mazelas que acontecem e aconteceram no Brasil desde a sua invasão no ano de 1.500. Já foi culpado inclusive de tsunames, terremotos, crises econômicas, nevascas, desmoronamentos etc. Chega a ser hilário o esforço que alguns jornalistas lacaios fazem para ligá-lo aos mais diversos infortúnio que ocorrem nos quatro cantos do mundo.

Como eu tenho algumas ideias fora dos padrões considerados normais, recebo críticas de todos os lados, algumas bastante iradas. Com minha mania de fazer a defesa do meio ambiente, algumas dessas pessoas, mesmo sem saber o que é, acreditam firmemente no antropocentrismo e acham que tudo que está ao seu redor é para servir ao homem. Assim, elas dizem que árvores são para serem cortadas e que os animais são para serem mortos sempre que isso trouxer algum benefício para os seres humanos, contrariando frontalmente o meu ponto de vista.

Agora, o que pensar quando uma dessas tuas críticas sistemáticas chega com um bolo de chocolate embrulhadinho em um plástico e te diz: - Toma de presente, eu ia passando em uma padaria, vi este bolo, lembrei que tu gostas e resolvi te trazer de presente?

Pois isso aconteceu comigo e, é claro, a minha primeira reação foi de perplexidade. Afinal, fiquei sem saber ao certo se ela estava brincando ou falando sério.

De qualquer maneira, fiquei imaginando que aquela pessoa poderia sim ter tido um “lampejo de bondade” e realmente se lembrado de tentar amenizar um pouco as críticas infundadas que está sempre me dirigindo. E assim, para não fazer desfeita, até porque sou presa fácil das tentações da gula, fui abrindo imediatamente o invólucro do bolo.

Ao abrir o plástico, percebi que já haviam cortado um pequeno pedaço dele. Bem, pensei eu; ela quis dar um provada, afinal, quem é que resiste a um bolo de chocolate? Sem me importar com isso, cortei uma fatia bem exagerada como sempre, e dei a primeira mordida. Foi quando eu percebi que ele estava totalmente “abatumado”.

Aí então é que eu fui perceber que na verdade, o tal lampejo de bondade” nunca havia lhe aflorado. Ela deve ter comprado o quitute para ela, provado, e, como é daquelas pessoas cheias de mania em relação aos alimentos, ao notar que ele estava meio cru, resolveu me fazer uma presença, alegando que “havia se lembrado de mim ao ver o bolo”.

Bem. Como eu disse, eu fujo aos padrões da normalidade e um dos sinais, é o de que eu gosto de pão abatumado. Eu comi todo o bolo que seria rejeitado pela maior parte das pessoas e espero sinceramente que todos os outros que ela venha a comprar, estejam no mesmo estado. Só assim, eu serei “lembrado” mais vezes e agraciado com tais presentes, ainda que eles provenham de uma repentina e falsa “faísca de generosidade”.

Jorge André Irion Jobim